Intervenções digitais como uma ferramenta complementar no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada

Patrocinado por: Hospital de Clinicas de Porto Alegre

Atualizado em: 28 de fevereiro de 2024
Recrutando

Status de recrutamento

Adultos até Idosos

Faixa etária

Todos

Sexo


Indefinida

Fase do estudo

Resumo:

Antecedentes: Ao longo dos últimos anos, houve um aumento na popularidade e disponibilidade de tecnologias digitais móveis.

Muitos estudos recentes avaliaram uma variedade de intervenções digitais móveis de saúde mental (DMHIs). Aplicativos para smartphone, monitoramento remoto, dispositivos de rastreamento e computadores vestíveis, como smartwatches e headsets de realidade virtual, estão sendo amplamente utilizados para esses estudos. Além disso, escalas psicométricas estão sendo usadas para ajudar os psiquiatras a melhorar os resultados do tratamento. A administração sistemática de escalas de classificação de sintomas e outras ferramentas de avaliação para ajudar nas decisões de tratamento tem sido chamada de cuidado baseado em medição (MBC) e tem mostrado bons resultados na melhoria dos resultados e tempo de resposta/remissão de doenças psiquiátricas. Como há poucos dados sobre o MBC no Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), os pesquisadores decidiram juntar a tecnologia e o MBC para estudar uma maneira fácil e acessível de melhorar o tratamento usual do TAG. Objetivos: O objetivo deste estudo é avaliar o benefício das intervenções digitais como uma ferramenta complementar ao "tratamento usual" (TAU) em pacientes com TAG. Métodos: Será realizado um ensaio clínico randomizado de 12 semanas com 60 pacientes com TAG. O grupo controle receberá o TAU, definido como uma consulta online de 30 minutos com um psiquiatra treinado, consistindo na avaliação dos sintomas, orientações gerais sobre o transtorno e uso de medicamentos. As consultas vão ocorrer quinzenalmente. O grupo de intervenção digital (grupo ativo) receberá TAU, associado a duas ferramentas digitais. A primeira consiste em vídeos psicoeducativos a serem vistos entre as sessões e a segunda inclui a autoaplicação da escala GAD-7 um dia antes da próxima consulta agendada. Todas estas intervenções digitais vão ser acedidas numa aplicação móvel, denominada "+PSI", que já se encontra disponível na Apple Store e Google Play. Os participantes serão instruídos a baixar gratuitamente o aplicativo em seus celulares. Os vídeos serão criados especialmente para este projeto e utilizarão animações e conteúdo educativo, sendo de curta duração (média de 3 minutos). A escala GAD-7 e a Escala de Ansiedade de Hamilton (HAM-A) serão aplicadas na linha de base e no final do acompanhamento por um avaliador cego. Os pesquisadores também vão testar a usabilidade das ferramentas do aplicativo por meio da Escala de Usabilidade do Sistema (SUS). Avaliações intermediárias e de acompanhamento serão realizadas para avaliar a velocidade e a manutenção da melhora, respectivamente.

Saiba mais:

  • Este estudo seguirá a diretriz CONSORT como um guia para a condução de um ensaio clínico.
  • O tamanho da amostra foi calculado para detectar diferenças na variação média do escore GAD-7 (diferença entre o GAD-7 inicial e o GAD-7 final) entre os Grupos Intervenção Digital e Controle, com diferença de 5 pontos como relevante para o estudo. Para isso, foi utilizada a ferramenta PSS Health versão 0.1.6. Considerando um poder de 80%, nível de significância de 5% e desvio padrão de 6 pontos, o tamanho amostral total foi de 46 sujeitos, 23 em cada grupo. Acrescentando 30% para possíveis perdas e recusas, o tamanho da amostra deveria ser de 60 (30 em cada grupo).
  • A análise estatística será realizada por meio de estatística descritiva (média, moda, mediana, desvio padrão, frequências e porcentagens). O teste t de Student será utilizado para comparar as médias das variáveis independentes. Nas conclusões dos testes estatísticos será utilizado o nível de significância de 5%, ou seja, sempre que p < 0,05 houver evidência de significância estatística.
  • As análises vão utilizar o modelo de intenção de tratar, preservando o benefício da randomização e evitando vieses por exclusão e/ou perda de pacientes durante a pesquisa.
  • As intervenções digitais serão compostas por duas partes:

A) Vídeos psicoeducativos: Serão produzidos cinco vídeos psicoeducativos sobre saúde mental e TAG especialmente para a pesquisa a serem assistidos pelo paciente entre as consultas. Esses vídeos terão duração aproximada de 3 minutos, utilizarão animações e conteúdo educativo. Eles estarão disponíveis gratuitamente para o paciente assistir no aplicativo "+PSI" da Artmed, disponível tanto na Apple Store quanto no Google Play. Os temas dos vídeos serão os seguintes: Ansiedade Normal versus Ansiedade Patológica; Higiene do Sono; Alimentação Saudável e Saúde Mental; Exercício Físico e Saúde Mental; Consumo Excessivo de Álcool e Drogas.

B) Escala GAD-7: O paciente será instruído a responder à escala autoaplicável GAD-7 um dia antes da próxima consulta agendada. Este instrumento também estará disponível gratuitamente no aplicativo móvel +PSI da Artmed e será utilizado para orientar o manejo clínico.

  • O tratamento habitual será padronizado da seguinte forma:
  • Consultas online quinzenais (via WhatsApp ou Google Meet) previamente agendadas, com duração de 20/30 minutos, com psiquiatra capacitado.
  • O paciente receberá apenas tratamento clínico, não psicoterapêutico.
  • O psiquiatra será orientado a realizar avaliação dos sintomas, orientações gerais sobre a patologia, uso de medicamentos quando necessário.
  • O medicamento de escolha, quando necessário, será a fluoxetina, por ser o medicamento para tratamento do TAG disponível gratuitamente em nosso sistema de saúde no Brasil.
  • O clínico também pode optar por alguma outra classe de medicamentos associados ao uso da fluoxetina, como os benzodiazepínicos, por exemplo, que devem ser devidamente registrados no banco de dados (medicamento, dose, tempo de uso). Caso o paciente não tenha indicação para o uso de fluoxetina ou não tolere seu uso, será excluído do estudo e encaminhado à unidade de saúde de sua região para avaliação de outras possibilidades terapêuticas.
  • O acompanhamento dos pacientes durante o protocolo da pesquisa ocorrerá quinzenalmente, online. As videochamadas não serão gravadas. A duração do estudo será de 12 semanas; cada paciente terá 6 consultas com seu médico.
  • Sempre na primeira consulta, o profissional indicará ao paciente que baixe o aplicativo em seu dispositivo (celular ou tablet) e o auxiliará em dúvidas técnicas. No grupo intervenção, o paciente sairá da consulta com a indicação e combinação dos trabalhos de casa. Será indicado um vídeo para ser assistido antes da próxima consulta, que será discutido com o psiquiatra na próxima sessão, debatendo o tema e tirando possíveis dúvidas. Também será combinado com o paciente o preenchimento do questionário autoaplicável GAD-7 um dia antes da próxima consulta agendada. O resultado desta avaliação será compartilhado com o praticante na próxima sessão, e ambos irão discutir e avaliar os resultados juntos. Se o paciente do grupo de intervenção não tiver visto o vídeo ou concluído a escala conforme as instruções antes do horário agendado, o psiquiatra fará essas atividades com o paciente durante o horário da consulta para garantir que ele tenha exposição à intervenção.
  • Sempre na primeira consulta, o profissional indicará ao paciente que baixe o aplicativo em seu dispositivo (celular ou tablet) e o auxiliará em dúvidas técnicas. No grupo intervenção, o paciente sairá da consulta com a indicação e combinação dos trabalhos de casa. Será indicado um vídeo para ser assistido antes da próxima consulta, que será discutido com o psiquiatra na próxima sessão, debatendo o tema e tirando possíveis dúvidas. Também será combinado com o paciente o preenchimento do questionário autoaplicável GAD-7 um dia antes da próxima consulta agendada. O resultado desta avaliação será compartilhado com o praticante na próxima sessão, e ambos irão discutir e avaliar os resultados juntos. Se o paciente do grupo de intervenção não tiver visto o vídeo ou concluído a escala conforme as instruções antes do horário agendado, o psiquiatra fará essas atividades com o paciente durante o horário da consulta para garantir que ele tenha exposição à intervenção.
  • Entre as consultas 3 e 4, os pacientes dos dois grupos serão contatados por um dos avaliadores cegos para a realização do HAM-A. O objetivo da aplicação dessa escala no meio do estudo é avaliar se existe diferença no tempo de resposta entre o grupo intervenção digital e o grupo controle.
  • Os pacientes serão contatados novamente 3 e 6 meses após o término da pesquisa para preenchimento novamente das escalas GAD-7 e HAM-A, para avaliação da manutenção da resposta a longo prazo e adesão ao tratamento.
  • A escala Net Promoter será utilizada no desfecho do estudo para avaliar se houve diferença na satisfação com o tratamento recebido entre os grupos controle e intervenção.
  • Como os pesquisadores vão utilizar uma ferramenta digital como coadjuvante no tratamento e como o clínico também precisa orientar o paciente durante esta intervenção e discutir com ele sobre o conteúdo dos vídeos e os resultados das escalas, não há possibilidade de cegando essas partes, no entanto, o grupo de pesquisa optou por cegar o avaliador que realizará as avaliações de base, intermediária e final do estudo. O coordenador do estudo conversará com cada paciente para orientá-lo a não revelar em qual grupo participou durante a entrevista com o avaliador cego.
  • Os investigadores também farão um controle por sexo, idade, classe socioeconômica para entender se as ferramentas digitais podem ter um impacto diferente em cada grupo. A avaliação do impacto das comorbidades psiquiátricas também será avaliada, analisando-as como fatores de confusão (presença de depressão associada, por exemplo).
  • A adesão à prescrição medicamentosa será controlada pela contagem dos comprimidos a cada consulta junto com o paciente, para evitar viés de confusão quanto ao uso ou não correto do medicamento e a melhora do paciente. A cada consulta, o paciente será orientado pelo médico assistente a separar o número exato de comprimidos até a data da próxima consulta, quando será novamente verificada a quantidade de comprimidos restantes, com os dados devidamente registrados no banco de dados.
  • O grupo de pesquisa será composto por 12 membros, devidamente treinados para suas distintas funções.
  • Após a seleção da equipe de profissionais que irão colaborar com o projeto, será ministrado um curso online pelo coordenador do projeto com todos os membros para explicar o protocolo de pesquisa e treinamento de todas as etapas do projeto, bem como sobre os instrumentos de avaliação que será usado.
  • Durante todo o andamento da pesquisa, o clínico assistente ficará atento aos riscos que os pacientes podem apresentar durante o estudo, como risco de suicídio, por exemplo. Quando tal situação for identificada, o participante será automaticamente desligado do estudo e encaminhado para tratamento específico para sua condição (em caso de risco de suicídio, serão realizadas as medidas padrão para esta emergência psiquiátrica e o paciente será encaminhado ao emergência psiquiátrica mais próxima).
  • A medicação prescrita será enviada por e-mail ao paciente através do sistema de receitas especiais do Conselho Regional de Medicina (CREMERS) e ele procurará uma Unidade Básica de Saúde para retirar a medicação. Ao final do estudo, todos os pacientes serão encaminhados para tratamento na rede básica de saúde mais próxima de sua residência, considerando também que o medicamento utilizado já é o medicamento disponível gratuitamente no sistema de saúde brasileiro.
  • A base de dados utilizará recursos do RedCap, ao qual terão acesso todos os integrantes deste estudo, sempre levando em consideração os devidos cuidados éticos.
  • Todos os dados adicionados ao banco de dados serão revisados diariamente pelos assistentes de pesquisa. Qualquer inconsistência será imediatamente comunicada ao coordenador da pesquisa.
  • Todos os participantes serão convidados a ler, entender os objetivos da pesquisa, por meio do termo de consentimento livre e esclarecido antes de participar do estudo. Existe a possibilidade do participante desistir do estudo a qualquer momento.
  • Todos os dados serão guardados em local seguro pelos responsáveis do projeto, garantindo o direito de privacidade dos entrevistados. Apenas os membros da equipe terão acesso e lidarão com os dados coletados. Os itens referentes ao sigilo das informações coletadas serão garantidos pela não identificação dos sujeitos.
  • Os pesquisadores esperam que o grupo de intervenção possa apresentar uma melhora clínica maior na avaliação da variação dos sintomas iniciais e finais do TAG (baseline e endpoint delta), avaliados pelas escalas GAD-7 e HAM-A. Para ser considerado relevante na prática assistencial, a expectativa é que essa melhora tenha significância estatística e clínica.
  • Outro resultado esperado é que o grupo controle apresente maior taxa de abandono do que o grupo intervenção, considerando a hipótese de que as intervenções associadas aos cuidados habituais que serão implementadas agregam benefícios de vínculo terapêutico e adesão ao tratamento. Além disso, os investigadores assumem que o grupo de intervenção pode iniciar o processo de melhora mais rapidamente do que o grupo de controle e que essa melhora será sustentada por mais tempo (período de acompanhamento).

Critérios de inclusão:

  • 18 anos ou mais.
  • diagnóstico de TAG confirmado pelo MINI.
  • acesso a internet e smartphone (ou tablet com internet).

Critérios de Exclusão:

  • comorbidades psiquiátricas mais graves que TAG (avaliado por CGI).
  • risco de suicídio.
  • gravidez ou lactação.
  • estar em tratamento psicológico/psiquiátrico ou ter estado nos últimos 3 meses.

Digital Interventions
Outro

The digital interventions will consist of two parts: A) Psychoeducation videos: Five psychoeducation videos on mental health and GAD will be produced especially for the research to be watched by the patient between consultations. These videos will last approximately 3 minutes, will use animations and educational content. They will be available on "+PSI" app. The topics of the videos will be as follows: Normal Anxiety versus Pathological Anxiety; Sleep Hygiene; Healthy Eating and Mental Health; Physical Exercise and Mental Health; Excessive Consumption of Alcohol and Drugs. B) GAD-7 Scale: The patient will be instructed to respond to the GAD-7 self-administered scale the day before their next scheduled appointment. This instrument will also be available free of charge on +PSI mobile app and will be used to guide clinical management.


Treatment as Usual
Droga

The usual treatment will be standardized as follows: Biweekly online consultations (via WhatsApp or Google Meet) previously scheduled, 20/30 minutes-long, with a trained psychiatrist. The patient will receive only clinical, not psychotherapeutic treatment. The psychiatrist will be instructed to perform an assessment of symptoms, general guidelines on the pathology, use of medication when necessary. The medication of choice, when necessary, will be fluoxetine, as it is the medication for the treatment of GAD available free of charge in our health system in Brazil.

Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Recrutando Porto Alegre / Rio Grande do Sul

Contato principal: Gisele Manfro, Professor / 555133598294 / gmanfro@hcpa.edu.br

Código do estudo:
NCT05375851
Tipo de estudo:
Intervencional
Data de início:
maio / 2022
Data de finalização inicial:
agosto / 2023
Data de finalização estimada:
fevereiro / 2024
Número de participantes:
60
Aceita voluntários saudáveis?
Não
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