Pré-Habilitação Cirúrgica em Câncer de Mama.

Patrocinado por: Instituto Nacional de Cancer, Brazil

Atualizado em: 28 de junho de 2022
Recrutando

Status de recrutamento

Adultos até Idosos

Faixa etária

Feminino

Sexo


Indefinida

Fase do estudo

Resumo:

O Instituto Nacional do Câncer estimou 625 mil novos casos de câncer (excluindo casos de câncer de pele não melanoma) no Brasil para cada ano entre 2020-2022.

Em 2018, foram 2,1 milhões de novos casos de câncer de mama no mundo, sendo o primeiro no ranking de cânceres em mulheres. Práticas de alimentação saudável e exercícios físicos podem proteger e/ou diminuir o risco de câncer de mama e melhorar os resultados do tratamento. Os tratamentos do câncer de mama causam alterações cardiovasculares devido a fatores relacionados à idade, doenças crônicas pré-existentes e comorbidades como obesidade, tabagismo e dislipidemia. A obesidade está associada ao desenvolvimento de vários tipos de câncer, incluindo o câncer de mama. As terapias para câncer de mama têm uma forte associação com função cardíaca prejudicada, variando de efeitos cardiotóxicos permanentes e transitórios e alterações no metabolismo lipídico. Além dos efeitos cardiotóxicos, a fisiopatologia do câncer e o tratamento favorecem o aparecimento de alterações musculares, como a sarcopenia. Há evidências suficientes para apoiar que o exercício melhora a condição física antes, durante e após a conclusão do tratamento do câncer. A pré-qualificação no tratamento oncológico é uma oportunidade de aumentar as reservas fisiológicas antes de terapias neoadjuvantes ou cirurgias, com o intuito de melhorar os resultados e acelerar a recuperação. Pode ser composto por exercícios físicos, intervenções nutricionais e psicossociais. Excesso de peso ou depleção são fatores que influenciam negativamente os resultados cirúrgicos e oncológicos. Diante das evidências, o objetivo deste projeto é avaliar a eficácia do exercício físico em um programa de pré-habilitação cirúrgica para mulheres com diagnóstico de câncer de mama em tratamento oncológico com proposta terapêutica curativa no Instituto Nacional de Câncer do Rio de Janeiro. Trata-se de um ensaio clínico randomizado, onde os pacientes serão alocados aleatoriamente no Grupo Intervenção e no Grupo Controle. Os pacientes do grupo intervenção serão orientados a praticar exercícios físicos em casa até a data da cirurgia e os do grupo controle serão orientados apenas a manter suas atividades habituais. Todos os pacientes serão orientados individualmente por nutricionista com vistas a um estado nutricional mais saudável e controle de comorbidades.

Saiba mais:

INTRODUÇÃO O Instituto Nacional do Câncer estimou 625 mil novos casos de câncer (excluindo os casos de câncer de pele não melanoma) no Brasil para cada ano entre 2020-2022, Em 2018, ocorreram 2,1 milhões de novos casos de câncer de mama no mundo, o equivalente a 11,6% de todos os cânceres estimados, sendo o primeiro no ranking de cânceres para o sexo feminino. Entre os fatores de risco ambientais e comportamentais para o câncer de mama, o consumo de álcool, o excesso de peso corporal e a inatividade física são alguns dos fatores modificáveis. A obesidade, como fator de risco para o câncer de mama, torna muitas mulheres obesas quando diagnosticadas e quando iniciam o tratamento. A adesão à alimentação saudável e à prática de exercícios pode proteger e/ou diminuir o risco de câncer de mama, além de melhorar os resultados durante e após a fase ativa do tratamento.

Após o diagnóstico da doença e avaliação do seu estágio, o tratamento pode ser definido como neoadjuvante ou adjuvante; local sistêmico ou regional. Os tratamentos do câncer de mama causam disfunções cardiovasculares, que se devem a fatores relacionados à idade, doenças crônicas pré-existentes, comorbidades como tabagismo, dislipidemia e obesidade, além do tratamento do câncer. desde alterações transitórias e reversíveis até disfunções permanentes, bem como alterações no metabolismo lipídico.

Os efeitos cardiotóxicos dos tratamentos oncológicos também podem afetar a atividade vagal e, assim, influenciar o equilíbrio autonômico cardíaco. A longo prazo, o desequilíbrio autonômico está associado a um risco aumentado de doença cardiovascular e mortalidade e, além disso, a disfunção autonômica comum em muitos tipos de câncer leva a um aumento do tônus simpático e a uma diminuição do tônus vagal cardíaco. Como forma de avaliar a atividade autonômica e a resposta vagal, medidas de variabilidade da frequência cardíaca (VFC) têm sido adotadas. Observou-se redução da modulação parassimpática e dos índices de VFC em mulheres com câncer de mama submetidas a quimioterapia, radioterapia e terapia hormonal após um ano de tratamento. O treinamento físico, que já apresenta resultados satisfatórios em pacientes com câncer em relação à qualidade de vida relacionada à saúde, funcionalidade e outros aspectos, também mostrou benefícios na modulação autonômica de pacientes com câncer de mama. Em pacientes não oncológicos, as intervenções com exercícios mostram melhorias na modulação da função autonômica, minimizando problemas cardiovasculares e reduzindo a mortalidade após episódios de infarto do miocárdio.

Além dos efeitos cardiotóxicos, o tratamento do câncer favorece o aparecimento de alterações musculares. Uma revisão sistemática com 754 mulheres com câncer de mama mostrou a sarcopenia como fator de risco para mortalidade em 68% das pacientes. Não só a fisiopatologia do câncer, mas também os medicamentos utilizados para seu tratamento contribuem para a perda de massa muscular.

Pesquisas indicam que o exercício físico pode atenuar os declínios induzidos pelo tratamento do câncer. Há evidências suficientes para apoiar que o exercício melhora a condição física antes, durante e após o término do tratamento. Um programa de reabilitação cardiovascular baseado em educação e aconselhamento comportamental oferece uma modificação do risco cardíaco, aumenta a capacidade funcional, garante o monitoramento do estado funcional do paciente, melhora o bem-estar psicossocial e pode reduzir hospitalizações recorrentes.

A reabilitação domiciliar pode ser uma alternativa para pacientes com risco cardíaco moderado, capacidade de automonitoramento e com dificuldades de atendimento por motivos sociais ou de deslocamento. Considerando o perfil do usuário do Sistema Único de Saúde, intervenções no domicílio e na comunidade parecem ser o melhor caminho, juntamente com contatos telefônicos para dúvidas e/ou orientações.

A pré-qualificação no tratamento oncológico é uma oportunidade de aumentar as reservas fisiológicas antes mesmo de terapias neoadjuvantes ou cirurgias, com o intuito de melhorar os resultados e acelerar a recuperação. Pode consistir em exercícios físicos, intervenções nutricionais e psicossociais.

Conhecer o perfil nutricional dos pacientes é de grande importância, considerando o impacto negativo de um estado nutricional comprometido nos resultados pós-operatórios. O excesso de peso ou depleção tem sido relatado como um fator que influencia negativamente os resultados cirúrgicos e oncológicos. A identificação de pacientes com risco nutricional e provável sarcopenia definirá uma orientação nutricional precoce por meio de uma dieta individualizada com foco na melhora da composição corporal, controle glicêmico, uma vez que o controle glicêmico pré-operatório está associado a menor incidência de complicações infecciosas; e gestão dos sintomas relacionados com o tratamento do cancro.

Combinada com o tratamento, a orientação comportamental é eficaz para motivar mudanças no estilo de vida, que fazem parte dos fatores de risco modificáveis para o câncer de mama. Pensando nos riscos que acompanham o diagnóstico do câncer de mama, uma reabilitação focada no tratamento dos distúrbios atuais e na antecipação de complicações futuras são os primeiros passos para melhorar os resultados do atendimento e reduzir custos. OBJETIVOS DE

Objetivo principal Avaliar a eficácia do exercício físico em um programa de pré-habilitação cirúrgica para mulheres com diagnóstico de câncer de mama submetidas a tratamento oncológico com proposta terapêutica curativa no Hospital do Câncer III do Instituto Nacional de Câncer.

Objetivos específicos

  • Descrever as características sociodemográficas e clínicas da população em estudo
  • Identificar a taxa de adesão ao exercício físico e fatores associados;
  • Avaliar alterações na capacidade funcional e cardiopulmonar, fadiga, qualidade de vida relacionada à saúde, nível de atividade física, modulação autonômica cardíaca e sarcopenia em mulheres com diagnóstico de câncer de mama, antes e após o tratamento cirúrgico e ao longo dos períodos de seguimento. de acordo com o grupo de intervenção;
  • Avaliar o estado nutricional e composição corporal na inclusão das pacientes no estudo e antes do tratamento cirúrgico em todas as mulheres participantes;
  • Verificar a associação entre exercício físico regular antes do tratamento cirúrgico e capacidade funcional e cardiopulmonar, fadiga, nível de atividade física, qualidade de vida relacionada à saúde, modulação autonômica cardíaca e sarcopenia em comparação com o grupo controle;
  • Descrever a percepção dos pacientes quanto à realização de exercícios pré-habilitação;
  • Avaliar a mudança comportamental na prática de exercícios físicos após o tratamento cirúrgico do câncer de mama. TAMANHO DA AMOSTRA DE

Para o cálculo do tamanho da amostra, foi considerada a incidência de complicações (desfechos) de 10% no grupo intervenção e 30% no grupo controle, com erro alfa de 0,05, erro beta de 0,20 e erro beta de 0,20 poder de 80%. Com base nesses parâmetros, será necessário incluir 62 pacientes em cada grupo. No entanto, devido à avaliação de diferentes desfechos e à falta de dados sobre a incidência de complicações nessa população, todos os pacientes elegíveis serão incluídos no período de inclusão do estudo. PERDA DE CONTROLE DE

As perdas relacionadas à mudança, falta de informação e abandono representarão um número pequeno, pois os pacientes permanecem em tratamento oncológico por aproximadamente 5 anos na instituição. As perdas irrecuperáveis terão dados coletados dos prontuários para serem comparadas com os pacientes que completaram o acompanhamento.

ANÁLISE DE DADOS Os dados serão analisados por intenção de tratamento. A análise descritiva será realizada por medidas de tendência central e dispersão (variáveis quantitativas) e distribuição de frequência absoluta e relativa (variáveis qualitativas).

Para avaliar a distribuição normal dos desfechos e das variáveis quantitativas de controle, será realizado o teste de Kolmogorov-Smirnov.

Para avaliar as mudanças entre os grupos nas etapas pré e/ou pós-intervenção, os valores médios serão comparados pelo teste t-student ou teste Mann-Whitney U (distribuição não paramétrica). Ao analisar a comparação pré-verus após intervenção intragrupo, será considerado o teste t-student pareado. Para todas as análises, valor de p menor que 0,05 será considerado estatisticamente significativo.

Para avaliar a linearidade entre o resultado e as variáveis quantitativas de ajuste, será realizado o diagrama de dispersão. Variáveis independentes quantitativas que não tenham distribuição normal serão categorizadas. Para testar a colinearidade das variáveis independentes categóricas, será realizada a correlação de Pearson.

Para avaliar a associação entre os grupos de intervenção e os desfechos quantitativos, as diferenças entre as médias serão calculadas e testadas por análise de variância, considerando um valor de p < 0,20. A regressão linear múltipla será realizada pelo método enter (stepwise forward), considerando o intervalo de confiança de 95%. A homocedasticidade e possíveis vieses do modelo serão analisados através da análise de resíduos e todas as suposições serão observadas. Para identificar o poder explicativo do modelo, será realizado o coeficiente de determinação. A associação entre grupos de intervenção e desfechos categóricos será realizada por meio de análise univariada, utilizando-se o odds ratio (OR), assumindo intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Associações com significância clínica e estatística na análise univariada (considerando p < 0, ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (CEP/INCA), sob CAAE 42627521.6.0000.5274, e aprovado conforme parecer 4.576.731. No momento do recrutamento, as mulheres serão instruídas sobre os objetivos do estudo e aquelas que concordarem em participar assinarão o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

RISCOS E BENEFÍCIOS A realização de avaliações físicas não acarretará riscos à saúde dos pacientes. A prática de exercícios físicos não supervisionados é segura para pessoas sem nenhum comprometimento crônico da saúde, conforme já mencionado nos critérios de exclusão. Para diminuir os riscos, os pacientes serão orientados sobre o nível de esforço durante a prática e sobre sinais e sintomas de descompensação, sendo orientado a entrar em contato com a pesquisadora, se necessário. Apesar do pequeno risco, palpitação, sudorese excessiva, tontura e nd falta de ar pode ocorrer durante o exercício em casa. Caso isso ocorra, os pacientes serão orientados a encerrar o exercício e entrar em contato com a equipe de pesquisa. qualidade de vida, nível de atividade física e modulação autonômica de mulheres em tratamento para câncer de mama, possibilitando o planejamento de ações para controle de complicações. exercício físico no bem-estar físico e emocional. Ao aderir a um hábito saudável, melhora o condicionamento físico, a saúde mental e a qualidade de vida relacionada à saúde. FINANCIAMENTO DE

Esta pesquisa não acarretará nenhum ônus para a instituição, pois os pacientes serão avaliados no dia em que comparecerem às consultas de rotina e demais informações serão coletadas do prontuário físico e/ou eletrônico. O restante dos materiais será custeado pelos pesquisadores responsáveis.

Critérios de inclusão:

  • ter diagnóstico de câncer de mama e indicação de tratamento oncológico com proposta terapêutica curativa

Critérios de exclusão:

  • ter diagnóstico prévio de câncer
  • estágio IV
  • praticante de exercício físico mínimo de 90 minutos por semana
  • não poder responder aos questionários
  • estar impossibilitado de praticar exercícios sem supervisão por qualquer motivo, incluindo: disfunções sortopédicas, neurológicas, cardiorrespiratórias descompensadas e renais graves.

Physical exercise
Comportamental

The prescription will be divided into 3 phases: Warm-up: with the object of removing the body from rest and preparing it to start the activity, it consists of exercises for upper and lower limbs, 1 minute each. Physical exercise: Object of physical conditioning, it consists or aerobic training with walking and muscle activation through concentric contraction of the rectus abdominis in supine position, sit and get up from a chair and resistance exercises for upper members. The patient must perform 2 sets of 12 repetitions for each exercise with a 1-minute interval between the sessions. Stretching and relaxing: Streching the arms above the head, stretching the legs and stretching the trunk to the left and right side will be oriented. Each stretching exercise should be done for 20 seconds. The relaxation should be performed in a sitting position, eyes closed, calm and silent place, soft breathing, for 5 minutes.

Instituto Nacional do Câncer / HCIII
Recrutando Rio de Janeiro / Rio de Janeiro / CEP: 20560121

Contato principal: Simone Abrantes Saraiva / 55(21)32073766, Ramal: 4066 / siabrantes2@gmail.com

Contato secundário: Rejane Medeiro Costa / 55(21)32073766, Ramal: 4066

Código do estudo:
NCT04861220
Tipo de estudo:
Intervencional
Data de início:
janeiro / 2022
Data de finalização inicial:
dezembro / 2023
Data de finalização estimada:
dezembro / 2023
Número de participantes:
248
Aceita voluntários saudáveis?
Não
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