Efeitos da suplementação com castanha-do-pará em pacientes com doença renal crônica em tratamento conservador
O objetivo deste estudo é avaliar os efeitos da suplementação com castanha-do-pará na inflamação,...
Patrocinado por: Federal University of Minas Gerais
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Devido à alta incidência, o câncer e a concomitante presença de desnutrição constituem atualmente um problema de saúde pública mundial.
A perda de peso e tecidos corporais é uma condição comum em pacientes oncológicos com lesões das vias aéreas e do trato digestivo e está relacionada à anorexia e à presença e duração de sintomas gastrointestinais, como a diarreia. Esta interfere diretamente na progressão das dietas enterais, que são administradas com o objetivo de fornecer suporte nutricional adequado para a recuperação dos pacientes e estado nutricional. Nesse sentido, reforça-se a importância de medidas que auxiliem na redução dos episódios de diarreia, visando à infusão adequada de dietas enterais e, consequentemente, às necessidades nutricionais. Sabe-se que o uso de antimicrobianos está intimamente relacionado ao aumento da incidência de diarreia nasocomial, pois facilita a colonização por bactérias patogênicas, como Clostridium difficile. Além disso, a diarreia nosocomial é uma ocorrência muito relevante devido ao ônus financeiro que acarreta para a instituição hospitalar, podendo também agravar o quadro clínico do paciente, visto que este se encontra debilitado pela doença de base. Apesar desses aspectos importantes, estudos realizados com o objetivo de reduzir episódios de diarreia em pacientes com lesões de vias aéreas e digestivas ainda não são descritos na literatura. Nesse contexto, o uso de simbióticos se apresenta como uma alternativa possivelmente benéfica, considerando o papel dos probióticos e prebióticos na modulação da função intestinal. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo avaliar o impacto da suplementação perioperatória com simbiótico nos desfechos clínicos e na função intestinal de pacientes com câncer de cólon e vias aéreas digestivas submetidos à ressecção colorretal. Supõe-se que o uso de simbióticos poderia ter melhores resultados do que o uso de probióticos e prebióticos isolados.
Mais detalhes...A maioria dos pacientes com câncer apresenta estado nutricional comprometido, 80% estão desnutridos no momento do diagnóstico inicial. Sabe-se que em pacientes com câncer de vias aéreas e digestivo o risco de desnutrição é aumentado, devido a alterações causadas pela localização do tumor como disfagia, odinofagia e alterações do paladar.
As repercussões clínicas da desnutrição se manifestam pela dificuldade de cicatrização após a cirurgia, aumento do risco de infecção e toxicidade do tratamento, além de maior demanda de atendimento e custos hospitalares. Portanto, é de extrema importância fornecer necessidades nutricionais adequadas a esses pacientes, uma vez que a terapia nutricional (TN) adequada é capaz de melhorar sua resposta clínica e prognóstico.
O suporte nutricional é visto como uma importante estratégia para o tratamento e recuperação desses pacientes, pois promove maior adequação do suporte nutricional, melhorando o estado nutricional, bem como a resposta ao tratamento e a função imunológica, além de melhorar a qualidade de vida e reduzir a internação hospitalar. custos. No entanto, as complicações gastrointestinais, como a diarreia, representam causas importantes para o não recebimento do volume planejado de dieta enteral, ou a inadequação da ingestão do paciente, o que acarreta oferta insuficiente de calorias, proteínas, vitaminas e minerais ao longo dos dias, contribuindo para a piora do estado nutricional, assim como aumento do tempo de internação e custos com internação.
A diarreia afeta cerca de 16% a 63% dos pacientes em nutrição enteral. As causas mais frequentes de diarreia em pacientes com câncer estão relacionadas a medicamentos, como antibióticos, antiácidos com magnésio, lactulose, laxantes, suplementos com potássio e fósforo e medicamentos com sorbitol6. Outras possíveis causas de diarreia incluem hipoalbuminemia, infusão rápida e intolerância a algum componente da dieta, causas infecciosas como a presença de Clostridium difficile, desnutrição grave e, mais raramente com o uso de dietas industrializadas, contaminação bacteriana da fórmula enteral.
Em particular, a presença de diarreia nosocomial - definida como diarreia infecciosa adquirida em ambiente hospitalar - aumenta o tempo de internação dos pacientes (oito dias, em média), aumenta a probabilidade de infecções em feridas cirúrgicas e, consequentemente, a mortalidade hospitalar. Dentre as causas identificáveis desse tipo de diarreia, o uso indiscriminado de antimicrobianos tem sido apontado como importante fator predisponente, principalmente por facilitar a colonização e infecção intestinal por Clostridium difficile. Essa bactéria tem incidência entre 5% e 39%, com incidência aumentada em pacientes pós-cirúrgicos hospitalizados.
Assim, faz-se necessário o estudo de estratégias que reduzam a incidência de diarreia nesses pacientes. Nesse contexto, o uso de probióticos e prebióticos parece ser uma alternativa eficaz, visto que o efeito terapêutico no tratamento e prevenção de doenças intestinais tem sido amplamente pesquisado.
Os probióticos são microrganismos vivos que, quando consumidos em quantidades adequadas e suficientes, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Além disso, competem com bactérias patogênicas por espaço e nutrientes, bloqueando seus efeitos e ligando-os à mucosa intestinal. Produzem substâncias antibacterianas (bacteriocinas), acidificam o pH intestinal por fermentação e produção de ácido láctico, estimulam a produção de mucina e aumentam a produção e secreção de imunoglobulina A (sIgA). Há evidências de que os probióticos também contribuem para a redução de mediadores inflamatórios, como fator de necrose tumoral (TNF) e fator de transformação do crescimento (TGF-β), que modulam a resposta inflamatória e favorecem o equilíbrio imunológico. Lactobacillus casei, Lactobacillus rhamnosus, Lactobacillus acidophilus e Bifidobacterium são alguns dos probióticos que apresentam benefícios descritos na literatura.
Cimperman et al (2011), em estudo piloto, duplo-cego, placebo controlado avaliaram o efeito do tratamento com probióticos em pacientes em uso de antibióticos. Os resultados mostraram que a administração do probiótico Lactobacillus reuteri reduziu significativamente a diarreia em comparação com os pacientes que receberam placebo. Ainda, D'Souza et al (2002), Cremonini et al (2002) & McFarland (2006) concluíram através de metanálises que o uso de probióticos está associado à prevenção de diarreia associada ao uso de antibióticos em pacientes hospitalizados.
Os prebióticos são definidos como substâncias alimentares que, quando ingeridas, não são digeridas e absorvidas pelo intestino delgado. Ao chegarem ao cólon, são utilizados como substrato para probióticos, estimulando seletivamente o crescimento da microbiota intestinal, além de produzirem ácidos graxos de cadeia curta (SCFA) que são substratos para os colonócitos. Os SCFAs também modulam a microbiota intestinal, mantêm o metabolismo e promovem a diminuição do pH intestinal, inibindo assim o desenvolvimento de microrganismos patogênicos. Rushdi, Pichard & Khater (2004) avaliaram em um estudo prospectivo duplo-cego controlado o efeito da adição de fibra solúvel à dieta enteral de pacientes hospitalizados com diarreia. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: controle (dieta enteral sem fibra solúvel) e tratado (dieta enteral com fibra solúvel). Os resultados mostraram uma redução nos episódios de diarreia nos pacientes do estudo, sugerindo o benefício prebiótico da fibra solúvel. Exemplos de prebióticos são frutooligossacarídeos (FOS) e galactooligossacarídeos (GOS).
Esses achados sugerem que intervenções voltadas para a modulação da função intestinal relacionadas à prevenção e controle da diarreia em pacientes oncológicos no pós-operatório merecem ser implementadas e avaliadas. No entanto, esses ensaios utilizaram diferentes organismos probióticos, prebióticos, doses, duração do tratamento e público-alvo, proporcionando baixa reprodutibilidade dos resultados. Além disso, alguns estudos têm mostrado que os simbióticos (definidos como uma combinação de probióticos e prebióticos) podem otimizar os resultados benéficos em relação ao uso isolado de probióticos em termos de modulação do sistema imunológico e da microbiota intestinal. Sugere-se que sob a ação dos simbióticos haverá melhor controle do funcionamento intestinal e melhora do prognóstico.
Nesse sentido, avaliar a administração de simbióticos em pacientes com câncer de cólon, vias aéreas superiores e aparelho digestivo submetidos a tratamento cirúrgico seria uma alternativa potencialmente benéfica a ser estudada, uma vez que o consumo desse componente alimentar poderia levar à modulação da função intestinal, prevenindo diarreias que , segundo nossos dados, ocorre em 30% dos pacientes internados no Instituto Alfa de Gastroenterologia da UFMG.
Objetivo geral
Avaliar o impacto do simbiótico na função intestinal de pacientes com neoplasia maligna de cólon, vias aéreas superiores e trato digestivo submetidos a tratamento cirúrgico.
Objetivos específicos
O estudo será realizado no Instituto Alfa de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, localizado em Belo Horizonte, Minas Gerais. A amostra será composta por 42 pacientes (21 do grupo intervenção e 21 do grupo controle ). O cálculo amostral foi realizado conforme Hulley et al. (2001), utilizando a proporção de 30% de melhora do sintoma de diarreia com o uso de simbiótico da média de outros estudos, considerando uma variação de 45% do intervalo de confiança (diferença entre o maior e o menor valor encontrado) e 12% de perda com a intervenção, também observada nos estudos de referência. Os indivíduos serão convidados a participar do estudo e terão uma explicação detalhada sobre o procedimento e a pesquisa na qual serão inseridos, devendo assinar um termo de consentimento livre e esclarecido. Serão excluídos indivíduos portadores de doenças inflamatórias intestinais; já foram submetidos a operações no trato gastrointestinal; fez uso de antibióticos, prebióticos, probióticos ou simbióticos nos últimos 15 dias e está em uso de dieta enteral com fibras. O estudo será duplamente mascarado e os indivíduos serão divididos aleatoriamente em dois grupos: Grupo simbiótico (S) - receberá o simbiótico (associação de frutooligossacarídeo, prebiótico e quatro cepas probióticas: Lactobacillus casei, Lactobacillus rhamnosus, Lactobacillus Acidophilus e Bifidobacterium bifidum) por via enteral ou oral na quantidade de um sachê, duas vezes ao dia. O Grupo Controle (C) receberá maltodextrina placebo (carboidrato de fácil absorção e digestão, não fermentado por bactérias colônicas e que não interfere na ecologia microbiana do trato gastrointestinal nem no metabolismo e função do intestino), por via enteral ou oral em um sachê. horas até a alta hospitalar. Informações pessoais como nome completo, número do prontuário, sexo, idade, estado civil, procedência, data de nascimento e internação serão coletadas para identificação do paciente. Serão coletadas informações referentes à localização do tumor, tipo de tumor, idade do diagnóstico em anos e meses, tipo de tratamento anterior e atual (cirúrgico, radioterapia e/ou quimioterapia), uso de antibióticos, comorbidades e presença ou não de infecção. o prontuário. A avaliação do funcionamento intestinal será feita por meio de questionamento direto aos pacientes e familiares, bem como os registros de enfermagem. Serão avaliadas a ocorrência ou não de diarreia (definida como mais de três evacuações/dia), frequência e volume, presença ou não de sintomas gastrointestinais como distensão e dor abdominal durante a internação. A avaliação nutricional será realizada pela Avaliação Subjetiva Global proposta por Detsky (1987) e utilizando parâmetros antropométricos: peso atual, altura, braço, dobra cutânea tricipital, subescapular e bioquímico.
O início da dieta no pós-operatório e a oferta de nutrientes serão verificados através da análise do consumo alimentar e/ou infusão da dieta enteral, que foi calculada conforme protocolo do serviço, contemplando 30 calorias por quilograma de peso atual. As complicações de
serão avaliadas através da avaliação diária do paciente e do prontuário e classificadas de acordo com a proposta de Dindo (2004).
Critérios de Inclusão:
Critérios de Exclusão:
6 grams of the symbiotic will be administered twice a day
6 grams of the maltodextrin will be administered twice a day
Contato principal: Simone V Generoso / 988128650, Ramal: +55(31) / simonenutufmg@gmail.com
Contato principal: Maria Isabel TD Correia, MD, PhD / 553191688239 / isabel_correia@uol.com.br
Investigador: Maria Isabel TD Correia, MD, PhD / Principal Investigator
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