Uso do Teste ADL-Glittre no Pré e Pós-Operatório de Pacientes com Câncer de Pulmão
O câncer de pulmão é o tipo de câncer mais comum e a principal causa de morte por câncer em todo ...
Patrocinado por: Federal University of São Paulo
Status de recrutamento
Faixa etária
Sexo
Fase do estudo
Introdução: As entorses de tornozelo estão entre as lesões mais prevalentes na atenção primária.
Um número substancial dessas lesões ligamentares desenvolverá instabilidade do tornozelo e exigirá um procedimento cirúrgico. A técnica de Brostrom-Gould é a abordagem cirúrgica padrão para esta condição, proporcionando excelentes resultados ao longo dos anos. Ao longo das últimas décadas, o Brostrom artroscópico ganhou popularidade e respaldo de diversos estudos. No entanto, não há consenso sobre o melhor procedimento para tratar a instabilidade do tornozelo atualmente.Hipótese: A técnica artroscópica de Brostrom apresentará melhores níveis de dor e função quando comparada à abordagem aberta padrão.Desenho: cego, em grupos paralelos, multicêntrico, randomizado, ensaio clínico.Materiais e Métodos: Serão avaliados e incluídos neste estudo 98 pacientes com diagnóstico de instabilidade crônica do tornozelo, provenientes de serviços de atenção primária ou secundária. Os participantes serão divididos em dois grupos (randomizados por envelopes idênticos numerados sequencialmente, que serão administrados seriadamente aos participantes), um contendo a técnica aberta de reparo de Brostrom e o outro compreendendo a abordagem artroscópica de Brostrom. As avaliações ocorrerão em 3, 6, 12, 24 e 48 semanas. Os pacientes serão avaliados primeiramente por complicações e secundariamente pelo Cumberland Ankle Instability Tool (CAIT), American Orthopaedic Foot and Ankle Society (AOFAS), Visual Analogue Scale (VAS), Foot Function Index (FFI) e 36 Item Short Form Health Pesquisa (SF-36). Os investigadores usarão a Comparação de Duas Proporções via análise de frequência relativa, a Correlação de Pearson, o teste Qui-Quadrado e a ANOVA para análises estatísticas.Discussão: Este estudo pretende estabelecer se a técnica artroscópica de Brostrom pode produzir resultados excelentes e confiáveis no tratamento da instabilidade crônica do tornozelo. Um menor tempo cirúrgico, uma melhor aparência cosmética e uma menor lesão de tecidos moles apoiariam a escolha por este procedimento se os resultados pudessem ser comparados à abordagem aberta.
Mais detalhes...1. Introdução
As entorses de tornozelo estão entre as lesões mais prevalentes na população atlética e não atlética(1). Representando mais de 14% dos atendimentos de emergência e com um custo anual estimado de mais de U$ 6 bilhões, tem alto impacto no sistema de saúde(2,3). Cerca de 10 a 40% desses casos desenvolverão instabilidade do tornozelo. A população mais suscetível é aquela com tratamento errático e/ou programa de reabilitação ruim(4). Nos últimos anos, o procedimento aberto de Brostrom Gould tem sido considerado o procedimento padrão-ouro para esse grupo específico de pacientes. (5,6). (7,8).
Com o desenvolvimento e aprimoramento da reconstrução e reparo dos ligamentos intra-articulares do ombro e joelho, cresceu a possibilidade de realizar o mesmo tipo de procedimento no tornozelo. As técnicas de Brostrom assistidas por artroscopia foram descritas pela primeira vez por Neryet al e Corte-Real et al perto do ano de 2010(9,10). Alguns autores propuseram modificações a essas abordagens originais, mas o conceito principal de cirurgia foi mantido(11-14).. Nos últimos anos, um bom número de estudos conseguiu apresentar bons resultados clínicos e funcionais com esse procedimento(1,11,15 -18).
A artroscopia do tornozelo é um procedimento confiável e tem sido indicada para avaliar e tratar um grande número de patologias do tornozelo nas últimas décadas(19,20). O impacto do tornozelo, as lesões osteocondrais e a artrodese tibiotársica são algumas das condições que têm bom suporte na literatura a favor da abordagem artroscópica(21). Além disso, seu uso, antes do reparo ou reconstrução ligamentar do tornozelo, é preconizado e sustentado por diversos estudos(22-26). Permite uma visualização articular completa, proporcionando ao cirurgião um cenário definitivo ao lidar com a instabilidade do tornozelo. Lesões de cartilagem, síndromes de impacto e corpos livres que poderiam ser negligenciados por exames subsidiários podem ser detectados e tratados artroscopicamente.
A reconstrução e reparo ligamentar intra-articular não é novidade para outras áreas ortopédicas. O desenvolvimento da cirurgia do ligamento cruzado anterior foi desde a abordagem aberta até a técnica artroscópica nas últimas décadas até que o mínimo fosse proclamado padrão-ouro(27,28). A lesão de Bankart, condição normalmente relacionada à instabilidade traumática do ombro, tem história semelhante, embora a abordagem artroscópica não tenha sido capaz de produzir resultados gerais superiores quando comparada à sua contraparte aberta (29,30). Avanços no reparo ligamentar "all-inside" também estão ocorrendo no segmento do ombro e quadril, mostrando resultados promissores e sólidos(31,32).
Apesar de todos os resultados sólidos sobre o perfil biomecânico e os efeitos clínicos do Brostrom artroscópico, há uma lacuna em sua bibliografia quando se trata de estudos de alto nível. Apenas Yeo et al em 2016 foram capazes de mostrar resultados semelhantes entre os procedimentos abertos e all-inside com estudo de acompanhamento de um ano (1). Ultimamente, foi publicada uma tentativa de produzir uma revisão sistemática sobre o assunto, mas não foram encontrados ensaios clínicos incluídos(33).
Nosso objetivo é avaliar a eficácia da técnica artroscópica de Brostrom e compará-la com o procedimento aberto de Brostrom em relação às complicações, função pelo Cumberland Ankle Instability Tool (CAIT), o escore da American Orthopaedic Footand Ankle Society (AOFAS), o Foot Function Index (FFI) e o 36 Short FormSurvey (SF-36). A hipótese principal é que o Brostrom artroscópico atenuará a dor e melhorará a função em comparação com a abordagem aberta.
2. Material e Método
2.1 Delineamento, montagem e recrutamento
Este será um ensaio clínico randomizado multicêntrico, com grupos paralelos. O estudo será realizado no Hospital São Paulo, um hospital terciário e universitário totalmente vinculado à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), e no Hospital das Clínicas, outro hospital terciário e universitário totalmente vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). ). Os participantes de
serão inscritos em ambos os hospitais, que fornecem avaliação e tratamento para aproximadamente 5 (cinco) novos pacientes com instabilidade do tornozelo por semana. Eles serão encaminhados por médicos ortopedistas locais ou profissionais de saúde. As informações a esses médicos serão entregues por e-mail dirigido diretamente a eles, bem como por meio de cartazes afixados em locais de atendimento médico ortopédico (ambulatório, pronto-socorro).
2.2 Critérios de Inclusão
2.3 Critérios de Exclusão
2.4 Amostragem
O objetivo deste estudo é avaliar corretamente a eficácia da técnica artroscópica de Brostrom e compará-la com o procedimento de Brostrom aberto em relação à função pelo American Orthopaedic Foot and Ankle Society Score (AOFAS), o índice de função do pé (FFI) e o 36 Short Form Survey (SF-36).
Assim, considerando uma população de 7,2 milhões na cidade de São Paulo que se enquadra nos critérios de inclusão e/ou exclusão (Fonte: Censo 2010) e respeitando um índice de envolvimento de 0,072% do valor (0,72 por 1000 Exposição, segundo o Ankle Consortium ). Portanto, a população-alvo estimada para o estudo é de 5.155 pessoas.
Utilizando a fórmula apresentada no apêndice I para calcular o tamanho da amostra com erro de 10%, estimamos uma amostragem de 98. Essa quantidade amostral foi definida conforme a metodologia expressa no apêndice I, onde, com base no teorema da fronteira central e no leis de grandes números, esse tamanho de amostra garante que as análises estatísticas sejam confiáveis.
2.5 Procedimentos
Um consentimento informado por escrito, assinado e datado será obtido do sujeito antes que qualquer procedimento relacionado ao estudo seja realizado. Os pacientes deverão preencher um questionário inicial para serem cadastrados (Anexo 2). Em seguida, o médico assistente fará o exame físico diagnóstico. Em seguida, serão realizados raios-X e os procedimentos de ressonância magnética, para completar a avaliação diagnóstica. O paciente será incluído no protocolo e devidamente randomizado após a confirmação diagnóstica e preenchimento de todos os critérios de inclusão e não adequação aos critérios de exclusão.
A sequência de randomização será gerada via software computacional (http://www.randomizer.org/form.htm), gerando uma lista de 1 a 98, e cada número será relacionado a um único método de tratamento. Faremos uma randomização com blocos trocados, com o mesmo número de pacientes em cada grupo.
Cada envelope não transparente, opaco e lacrado, numerado de 1 a 98, conterá um papel com a palavra "aberto" ou com a palavra "artroscópico". Cada método de tratamento terá o mesmo número de envelopes. Os pacientes serão inicialmente avaliados individualmente, sendo randomizados e alocados da mesma forma. Os procedimentos de intervenção serão os mesmos, com os mesmos posicionamentos e preparos, porém diferindo quanto à abordagem do reparo ligamentar lateral.
O médico avaliador não terá acesso ao teste do protocolo aplicado a cada paciente, e as cirurgias (aberta ou artroscópica) serão realizadas por médicos diferentes. Os pacientes de ambos os grupos receberão um grande curativo no local da operação antes de cada consulta, cegando o avaliador.
2.6 Intervenções 2.6.1 Abordagem aberta de Brostrom
1. Período desde o diagnóstico até a intervenção: até 1 mês.
2. O paciente receberá anestesia geral e bloqueio periférico poplíteo. Após a preparação do local cirúrgico, os portais artroscópicos tradicionais serão realizados.
3. Será realizada uma artroscopia do tornozelo, para confirmar a inexistência de lesões condrais, instabilidade medial ou instabilidade sindesmótica. O tornozelo será limpo e todos os impactos removidos. A inserção do ligamento proximal no maléolo lateral será desbridada.
4. Todos os instrumentos artroscópicos serão removidos. Uma incisão longitudinal lateral será realizada sobre a cápsula lateral. O ápice da fíbula, na pegada ATFL e CFL, receberá uma âncora de sutura de 3,0 mm (com dois pontos n2 de alta resistência).
5. Os ligamentos serão recolocados com tensão no estilo paint-over-vest, utilizando uma sutura para a região ATFL e outra para a região CFL.
6. As incisões serão fechadas e o paciente colocado em uma bota pós-operatória. A sustentação de peso começará na 1ª semana (com a bota) e a amplitude de movimento (ADM) começará na 3ª semana (limitando a inversão até 6ª semana). Os pacientes farão a transição para uma tornozeleira na 4ª semana.
7. Os pacientes serão avaliados e os questionários aplicados na 3ª, 6ª, 12ª, 24ª e 48ª semanas de pós-operatório.
2.6.2 Abordagem Artroscópica Brostrom
1. Período desde o diagnóstico até a intervenção: até 1 mês.
2. O paciente receberá anestesia geral e bloqueio periférico poplíteo. Após a preparação do local cirúrgico, os portais artroscópicos tradicionais serão realizados.
3. Será realizada uma artroscopia do tornozelo, para confirmar a inexistência de lesões condrais, instabilidade medial ou instabilidade sindesmótica. O tornozelo será limpo e todos os impactos removidos. A inserção do ligamento proximal no maléolo lateral será desbridada.
4. O ápice da fíbula (por visão artroscópica), na pegada ATFL e CFL, receberá uma âncora de sutura de 3,0mm (com dois pontos n2 de alta resistência).
5. Uma sutura será passada no sítio capsular anterolateral mais superior e a outra no sítio capsular mais inferolateral, respeitando a zona segura entre o nervo fibular superficial e os tendões fibulares. Estas manobras serão executadas em técnica assistida por via percutânea e artroscópica. Os ligamentos serão recolocados com tensão usando um nó artroscópico.
6. As incisões serão fechadas e o paciente colocado em uma bota pós-operatória. A sustentação de peso começará na 1ª semana (com a bota) e a amplitude de movimento (ADM) começará na 3ª semana (limitando a inversão até 6ª semana). Os pacientes farão a transição para uma tornozeleira na 4ª semana.
7. O paciente será avaliado, e os questionários aplicados na 3ª, 6ª, 12ª, 24ª e 48ª semanas de pós-operatório.
2.6.3 Terapias adjuvantes
Ambos os grupos serão submetidos ao mesmo programa de cuidados pós-intervenção, sendo orientados a utilizar as seguintes terapias adjuvantes de acordo com a intensidade de seus sintomas:
Elevação Todo paciente será orientado a realizar elevação do membro durante o pós-operatório.
Analgésicos
Nível 1:
Nível 2 (caso a dor não diminua com o nível 1):
2.7 Desfecho primário
• Complicações maiores como deiscência, dano neural, infecção e re-ruptura.
Diferença significativa entre os grupos.
2.8 Resultados secundários
2.9 Descontinuação do participante Os participantes do
podem ser interrompidos do estudo a qualquer momento. As razões para a interrupção incluem:
1. Interrupção voluntária pelo sujeito sem prejuízo do tratamento posterior.
2. Desenvolvimento de Síndrome Dolorosa Regional Complexa ou qualquer grande resposta inflamatória.
3. Dor e comprometimento severo da função.
2.10 Análise Estatística: Após coletadas as informações, iremos caracterizar a distribuição de frequência relativa (porcentagens) das variáveis qualitativas através do Teste de Igualdade de Duas Proporções. Para análise de relação entre variáveis qualitativas, será utilizado o teste qui-quadrado. Se uma correlação entre covariáveis quantitativas se revelar necessária, será utilizado o Teste de Correlação de Pearson. Para a comparação covariante quantitativa (medição de efeito), faremos uso do teste ANOVA.
3. Discussão A instabilidade crônica do tornozelo (IAC) pode ser uma consequência em até 40% das entorses de tornozelo. Considerando que esse tipo de trauma pode ocorrer em mais de 10.000 americanos por dia e consumir mais de U$ 6 bilhões em custos relacionados por ano, é justo dizer que podemos estar lidando com um desafio de saúde pública mundial. Embora essa instabilidade possa ser manejada com tratamento conservador, muitos pacientes necessitarão de resolução cirúrgica devido às suas demandas e expectativas.
Nesse cenário, a técnica de Brostrom-Gould emergiu como procedimento padrão no tratamento cirúrgico da instabilidade do tornozelo. Com base em resultados sustentados e de longo prazo, sua forma aberta ainda é o procedimento preferível para a maioria dos cirurgiões de Pé e Tornozelo e Traumatologia Esportiva. Enquanto isso, as técnicas artroscópicas ortopédicas progrediram nas últimas décadas e, no final da primeira década deste século, a reconstrução ligamentar do tornozelo all-inside começou a ser realizada e publicada.
Um número moderado de pesquisas sobre essas técnicas nos últimos anos mostrou sua eficácia e segurança. No entanto, não há consenso sobre qual é a melhor maneira de abordar a instabilidade do tornozelo ao comparar a abordagem aberta e a artroscópica devido à falta de estudos comparativos de qualidade. Nossa pesquisa pretende tentar responder a essa questão por meio de um ensaio clínico randomizado com resultados robustos e um longo seguimento.
Critérios de inclusão:
Critérios de Exclusão:
Brostrom-Gould lateral ligament ankle reconstruction performed by arthroscopic view
Brostrom-Gould lateral ligament ankle reconstruction performed by an open approach.
Contato principal: Daniel Baumfeld, PhD / danielbaumfeld@gmail.com
Investigador: Daniel Baumfeld, PhD / Principal Investigator
Contato principal: Nacime SB Mansur, MD / +5511994500853 / nacime@uol.com.br
Contato secundário: Marcel JS Tamaoka, PhD / +5511941713337 / marceltamaoki@gmail.com
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